Pax.
O meio de comunicação mais representativo dos nossos tempos e o que melhor caracteriza a nossa sociedade é, sem dúvida, a Internet. Nela se conjugam os dons de Deus e a inspiração do homem e, através dela, até os de mais longe se fazem próximos. Reflectindo sobre esta realidade, a Comunidade de Singeverga dispõe desta página para se dar a conhecer e, de certa forma, se aproximar de todos aqueles que, por vontade de Deus, a querem visitar.
No mundo mediático actual enfrentamos uma grande tentação: produzir a imagem e torná-la absolutamente presente. Estamos dominados pela ânsia de não perder nada, de tornar tudo visível. Neste contexto, deparamo-nos com um duplo esgotamento: o mundo que se esgota ao ser visto, e o homem que se esgota na ansiedade de ver sempre mais. Já não há paciência para aquilo que não se vê, porque está-se sempre na ansiedade de poder ver tudo.
Conscientes dos riscos que esta realidade nos apresenta, os monges questionam: será que a imagem se perdeu no seu excesso de presença, exaurida pela própria ansiedade de a ver? Como lidar com esta situação? Terão os monges alguma coisa a transmitir neste mundo em que a imagem é demasiado vista, demasiado protagonista, demasiado evidente?
Pertencentes a este século XXI, não podíamos ficar indiferentes a esta realidade, conscientes que o «hoje» da fé é a experiência que ontem, hoje e sempre a comunidade cristã faz de Cristo ressuscitado. Atentos às grandes mutações histórico-culturais, sabemos que o contexto histórico e cultural em que vivemos hoje é também o tempo propício para fazermos essa experiência.
Se, na sociedade actual, a imagem se apresenta como efémera e passageira, num contínuo desaparecer para dar lugar a outra, esta página, para além de ser um “lugar de acolhimento e partilha” com aqueles que nos visitam, propõe-se também a transmitir a fé que é continuamente regenerada pela presença de Cristo ressuscitado no seio desta Comunidade monástica de Singeverga. Tendo esta experiência como base, a imagem que aqui se transmite não deverá ser consumida com sofreguidão, porque necessita de tempo para gerar, para que possa ser o lugar do imaginário, da possibilidade, da esperança.
Bem-vindos. Que a Paz esteja convosco!
Dom abade
+Bernardino Costa, osb